Não existem mais os sonhos
A mágica das antigas utopias
Parece que algo se perdeu
Ficou para trás, foi embora e nem sequer disse adeus
Hoje vou vivendo
Invejando quem é capaz de sorrir
Desejando um beijo
Dividir segredos com alguém especial
Vou vivendo preso a responsabilidades
Trancado na solidão do meu quarto
Cercado de códigos tão vazios quanto eu
Às vezes quero gritar
Mas não tenho voz
Às vezes quero sonhar
Mas minhas asas estão quebradas
Às vezes quero viver
Mas não consigo correr
Às vezes quero amar
Mas não sei aonde está você
E me desespero
Pois os valores que antes eram tão certos
Agora já não fazem mais sentido
Estou perdido em meio a dúvidas
Queria ao menos ter a certeza
De que no final vou conseguir te encontrar
Quem quer que você seja, aonde quer que você esteja
Sempre que pego a caneta
E tento escrever
Percebo que já não sou mais aquele
Que eu costumava ser
Sempre que pego a caneta
E tento escrever
Tenho medo de continuar a ser
O que me tornei
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